quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Dados Ogâmicos


Dados Ogâmicos
Há alguns anos vi em um site alguns dados ogâmicos para vender (veja aqui) e fiquei intrigado. Como funcionam tais dados em uma consulta oracular? No site não há nenhuma informação de como utilizá-los. 
Segundo o site Spirit of Old, esses dados (ou varetas, há as duas versões) foram inspirados em uma passagem da mitologia celta conhecida como Tochmarc Étaíne (Cortejo de Etain) em que o druida Dalan faz quatro varinhas de teixo, grava letras ogâmicas nelas e as utiliza para adivinhação.
Assim sendo, resolvi fazer os meus próprios dados e testá-los como oráculo e eis que descubro que são ótimos para respostas rápidas!

Método
Você pode criar seus próprios dados, feitos de qualquer material ou comprá-los no site citado. Cada dado deve ter cinco lados e cada um terá um aicme gravado nele, um fid em cada lado, como na imagem.
Para utilizá-los é simples, basta fazer a pergunta, lançá-los sobre uma superfície plana e lê-los da esquerda para a direita.
Digamos que a pergunta refere-se à questão financeira, o consulente quer saber se deve investir em um negócio. Os dados foram lançados e o resultado foi Edad, Straif, Quert e Luis. A partir das palavras-chave (veja aqui as palavras-chave do Ogham) é elaborado uma pequena frase/resposta, por exemplo: Edad = União, Straif = Perigo, Quert = Perdas e Luis = Dinheiro, isto posto, a frase ficaria mais ou menos assim: “Cuidado com associações (contratos ou acordos) duvidosos (ilícitos), pois, você perderá muito dinheiro”. Perceba que o Ogham age como um conselheiro.
Se a mesma combinação saísse para uma questão amorosa, o sentido da frase mudaria, por exemplo: “Seu parceiro(a) sente-se inseguro (há dúvidas sobre seu amor) e busca refúgio em questões financeiras”. Neste caso, há diversas interpretações, por exemplo, Edad significa não somente uniões e amizade, mas também o próprio parceiro(a) da(o) consulente e se somado ao fid Straif pode indicar uma traição, Quert fala de uma fuga (esconder-se) e Luis de visão, em outras palavras, “ele está te traindo e não quer mais te ver!”… é claro que a ética não permitiria que eu dissesse isso para a(o) consulente, pelo menos não desta forma!
Lembre-se, o Ogham é um conselheiro! Ele não resolverá seus problemas, apenas indicará os possíveis caminhos para a solução.

Ir além
A primeira coisa que me incomodou com esse método foi a forma limitada de combinações, isto é, letras do mesmo grupo nunca serão combinadas na mesma jogada. Será? Depois de estudar muito percebi que apesar dessa limitação aparente nunca fiquei sem as respostas necessárias para minhas questões. Para entender como os dados funcionam (assim como qualquer outro oráculo) é preciso compreender o conceito junguiano de sincronicidade, não vou entrar em detalhes, pois é um conceito muito complexo para explicar em poucas palavras.
De qualquer forma, os dados não são tão limitados como parecem, porque é possível lançá-los novamente em caso de dúvidas, somando os feda do primeiro lançamento com os do segundo. Confie na sua intuição, ela te guiará quando for necessário lançar novamente um ou mais dados em uma consulta. Devo ressaltar que esses dados são perfeitos para respostas rápidas! Para uma consulta mais profunda, recomendo que utilizem o conjunto ogham completo, até que estejam familiarizados com o oráculo.

Osvaldo R Feres /|\

Ogham e a cosmologia celta

Ogham e a cosmologia celta por Osvaldo R Feres


Cosmologia Celta
Acredita-se que os celtas concebiam o mundo de forma tripartida, ou seja, céu, terra e mar. Esse sistema tríplice aparece em diversos contos mitológicos e históricos, citados principalmente em juramentos, descrevendo a fúria da natureza e o temor que os homens possuíam do “céu caindo sobre suas cabeças, o mar subindo de sua margem e a terra se abrindo aos seus pés”.
Esses três reinos são mantidos em seus lugares, equilibrados, graças à Árvore do Mundo ou Bile, que os sustenta em um eixo vertical. A bile “árvore sagrada” é também citada como uma árvore de pedra no folclore irlandês, a Cloch a Bhíle “a pedra da árvore” é descrita como uma árvore de pedra que cresce no fundo de um lago e é sagrada para a deusa Aine e seu filho Gearoid Iarla que a escalavam para acessar o Outro Mundo1, desta forma, entendemos que a bile poderia ser tanto uma árvore, sagrada para uma determinada tribo ou uma pedra erguida, que assumia o papel de pilar do mundo. Na mitologia galesa a correspondente da bile gaélica talvez seja a Árvore verde e incandescente, descrita como a divisora entre o mundo dos mortais e o mundo dos imortais, de um lado sempre verde e florida e do outro sempre em chamas.
Devo ressaltar, contudo, que não há na mitologia celta nada parecido com a Yggdrasil nórdica em evidencia. Baseando-se no folclore e nos mitos, supõem-se que os celtas, assim como os nórdicos e eslavos, compreendiam o eixo do mundo como uma árvore ou pilar, o que é provado pelo conceito de bile, a árvore sagrada que ocupava um papel central nas tradições da tribo.

Cloch a Bhíle por Osvaldo R Feres

Minha interpretação da cosmologia celta
Assim como descrito, para mim, a cosmologia celta é tripartida, entretanto, diferente da popular divisão em céu, terra e mar, creio que haja um eixo vertical, representado normalmente por uma árvore sagrada (bile) ou pedra erguida (raramente uma montanha) que liga o céu, a terra e o submundo, e um eixo horizontal que divide a terra em quatro direções com o mar ao seu redor (o oceano que cerca a terra é tema comum em várias cosmologias indo-europeias (grega, eslava, nórdica e iraniana). Compreendo o mar, neste caso, como uma extensão da terra no eixo horizontal, enquanto o submundo ficaria em seu devido lugar, abaixo da terra no eixo vertical.
Segundo o Rev. John Adelmann (John fox Adelmann) da ADF o paraíso celta tem pouca ligação com o submundo ou o mundo subterrâneo, ele é identificado no plano horizontal, ao redor do centro e não abaixo. Este paraíso celta é fortemente associado ao mar2
Isto posto, a divisão cosmológica celta, segundo minha interpretação, ficaria assim:

Cosmologia Celta por Osvaldo R Feres

No centro, como eixo do mundo, está a bile, que liga todos os reinos.
Na copa da árvore encontra-se o Mundo Superior, conhecido como Albios3 na mitologia gaulesa, morada dos deuses celestiais, os que controlam o clima, a chuva e os ventos. Também é onde estão os corpos celestes, ou seja, os planetas, as estrelas, o Sol e a Lua (o Sol e a Lua não estão fixos na copa da Árvore, mas movimentam-se pelos mundos). Creio também que o mundo superior é habitado por deuses primordiais, muitas vezes hostis aos humanos, descritos como gingantes em estatura e poder, os habitantes das montanhas.
No centro da Árvore, em seu tronco, encontra-se o Mundo Médio, morada de todos os seres vivos, humanos, animais, vegetais e outros. Aqui está o nosso mundo, repleto de vida e espíritos da natureza, além dos deuses civilizatórios e selvagens. Ao redor do Mundo Médio encontra-se o oceano no eixo horizontal, cheio de ilhas e além da nona onda (fronteira entre os mundos) estão as Ilhas do Outro Mundo, onde as almas de guerreiros e heróis continuam a viver. Para os celtas, o submundo é a morada dos mortos, algo comum nos mitos indo-europeus, contudo, o oeste, lugar onde o sol se põe, é tradicionalmente a direção a qual as almas dos heróis mortos se dirigem, acompanhando o sol além-mar.
As principais Ilhas do Outro Mundo na mitologia gaélica são:
  • Tech Duinn: A Casa de Donn. Ilha para onde as almas dos mortos viajavam, aguardando a próxima reencarnação. Donn é um deus dos mortos, descrito como o ancestral dos gaélicos.
  • Tír na nÓg: Terra do Jovem ou Terra da Juventude. Descrita como uma terra de eterna juventude, onde não há doença ou velhice e é frequentemente visitada por heróis em Immram.
  • Tír na mBan: Terra das Mulheres. Terra paradisíaca habitada por mulheres fadas, visitada por Bran mac Febail e Máel Dúin.
  • Mag Mell: Planície da Alegria. Morada de heróis e ocasionalmente visitada por aventureiros.
  • Hy-Brasil: Ilha encantada a oeste, no Oceano Atlântico. Descrita como uma ilha fantasma que vaga pelo oceano envolta em brumas.
  • Emain Ablach: Ilha(?) das Maçãs. É o reino paradisíaco do deus do mar Manannán Mac Lir. Seu equivalente galês é Ynys Afallach e na mitologia medieval ficou conhecida como Insula Avalonsis ou Avalon, a ilha para onde foi levado o corpo moribundo do rei Arthur.
Talvez algumas ilhas tenham nomes distintos para um mesmo local no Outro Mundo.
No centro do Mundo Médio está um Sídhe, um monte fada, passagem para o Submundo. Abaixo, nas raízes da Árvore, está o Submundo, reino dos ancestrais, fadas e deuses ctônicos. Este local, descrito como a morada dos Tuatha Dé Danann , deuses ancestrais, compartilha com as ilhas do Outro Mundo, como o local de descanso dos mortos, conhecido na mitologia galesa como Annwn, o Submundo, morada de todos os que morreram de forma natural, acidente ou doença. No centro do Submundo está o Poço de Segais, fonte de todo conhecimento e sabedoria, cercado pelas nove aveleiras sagradas.

O Ogham e a cosmologia celta
Mas afinal, onde o ogham se encaixa na cosmologia celta?
Segundo Michael Kelly em seu livro The Book of Ogham, o diagrama conhecido como Janela de Fion é a representação da Árvore do Mundo celta. Como vimos, a cosmologia celta é composta por 3 mundos, o Mundo Médio onde vivemos, o Submundo e o Mundo Superior, esses mundos, por sua vez, são divididos em 4 direções ou províncias. O primeiro anel da Janela de Fion, composto pelos primeiros feda de cada aicme, ou seja, Beith, hÚath, Muin e Ailm, indicam as quatro direções do Submundo, o anel seguinte, composto pelas segundas letras de cada grupo seriam os 4 caminhos que ligam o Mundo Médio ao Submundo. O terceiro anel é formado pelas 4 direções do Mundo Médio e o quarto anel são os 4 caminhos que ligam o Mundo Médio ao Mundo Superior e finalmente, o quinto e último anel são as 4 direções do Mundo Superior. O eixo central não é um caminho, mas sim o meio pelo qual a energia flui entre os mundos.

Cosmologia celta e ogham por Osvaldo R Feres

Para Erynn Rowan a Janela de Fionn (Féige Find ou Fege Find) também é a representação do eixo do mundo, que liga os 3 reinos, contudo, Erynn propõe que a Janela de Fion foi colocada na cumeeira da casa celta da idade do ferro, no centro está o poste que sustenta o telhado e os feda compõe as hastes ao redor. Curiosamente as casas celtas da idade do ferro não haviam janelas, mas um buraco na cumeeira, por onde passava a fumaça da fogueira que ficava no centro da casa. Os feda seriam como estrelas que giram ao redor da árvore do mundo ou da estrela polar.

Telhado de uma casa celta disponível em: Resources for History

Ainda sobre a Janela de Fionn, Erynn Rowan afirma que aparentemente a Féige Find não tem ligações com as direções cardeais da tradição esotérica ocidental ou com a divisão da Irlanda em províncias (para cada província há uma qualidade ou característica atribuída como batalha ao norte, prosperidade ao leste, música ao sul e aprendizagem ao oeste) ou mesmo com os 4 tesouros dos Tuatha Dé Danann (o Caldeirão do Dagda, a Laça de Lug, a Espada de Núadha e a Pedra de Fál)

Janela de Fionn

Em Scéla Éogain ocus Cormaic assim é descrito o nascimento de Cormac Mac Art4
“Quando Cormac nasceu, o druida ferreiro Olc Aiche colocou sobre ele cinco anéis de proteção, contra assassinato, afogamento, fogo, feitiçaria, lobos, contra todo o mal.”
Supõe-se que esses cinco anéis ou marcas, citados acima, fossem a representação da Janela de Fionn e, desta forma, foi utilizado em rituais mágicos, entretanto, não há dados suficientes que sustente tal afirmação.
A melhor forma de trabalhar com a Janela de Fion é meditar sobre cada anel, como se fossem portais ou caminhos que ligam os reinos pela Árvore do Mundo. Uma boa forma de fazer essa meditação é através de “jornadas espirituais”, partindo do centro para as quatro direções e depois para cima ou para baixo, utilizando os feda como caminhos a serem explorados, que ligam reinos distantes.

Referências bibliográficas:
BARROS, Maria Nazareth Alvim de. Uma luz sobre Avalon, celtas & druidas. Editora Mercuryo, 1994.
GRAVES, Robert. A Deusa Branca: Uma gramática histórica do Mito Poético. Editora Bertrand Brasil, 2003.
KELLY, Michael. The Book of Ogham. Ebook edition: CreateSpace Independent Publishing Platform, 2014.
KONDRATIEV, Alexei. Rituales Celtas. Editorial Kier, 2001.
LAURIE, Erynn Rowan. Ogam: Weaving Word Wisdom. Megalithica Books, 2007.
MATSON, Gienna; ROBERTS, Jeremy. Celtic Mythology A to Z. Chelsea House, 2010.
MATTHEWS, John. Xamanismo Celta. Hi-Brasil Editora, 2002.
MONAGHAN, Patricia. The Encyclopedia of Celtic Mythology and Folkore. Facts On File, 2004.
MUELLER, Mickie. Voice of the Trees. Llewellyn Publications, 2011.
MURRAY, Liz e Colin. The Celtic Tree Oracle, a system of divination. Connections Book Publishing, 2014.
SQUIRE, Charles. Mitos e Lendas Celtas. Editora Record, 2003.



Osvaldo R Feres /|\  

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Significados Básicos do Ogham

Significados Básicos do Ogham 
por Osvaldo R Feres


fonte da imagem: Ancient Origins

A minha principal fonte de inspiração para o desenvolvimento dos significados oraculares do Ogham foi o livro Ogam:Weaving Word Wisdom de Erynn Rowan Laurie. Este livro me serviu como uma porta, onde pude adquirir outra percepção dos significados oraculares, contudo, não o sigo como único caminho! A partir do trabalho da Erynn somado aos meus conhecimentos sobre mitologia celta, desenvolvi minha própria forma de interpretação. Não descarto completamente a contribuição de Robert Graves e seus “sucessores” Colin e Liz Murray.
Enquanto Erynn Rowan baseia-se, principalmente, em seus estudos reconstrucionistas, buscando os significados a partir da origem dos nomes das letras, somados às palavras ogham, encontradas em manuscritos medievais, Colin e Liz, fundamentam-se nas tradições folclóricas das árvores associadas às letras (muitas vezes, quando depararam-se com lacunas, o casal Murray, valeram-se de fontes folclóricas não célticas para chegar ao significado oracular dos feda, um exemplo é a letra Nuin, que eles a associaram à árvore do mundo nórdica Ygdrasill, fugindo da tradição celta). Colin e Liz também se basearam no livro de Robert Graves, A Deusa Branca e em seu suposto (e desacreditado) calendário celta das árvores.
Não me limito somente à tradição arbórea do ogham, busco agregar conhecimento estudando as palavras ogham, suas correlações encontradas em textos medievais, como O Tratado de Ogham, a tradução original dos nomes das letras e passagens míticas e folclóricas que me remetam aos significados oraculares de cada fid.
Segue abaixo os significados básicos segundo minha interpretação e um breve comentário da fonte que usei para chegar em tais resultados. (Os forfeda serão tema para outra postagem)


Beith
Bétula
Tradução: Bétula
Significados: Purificação, renovação e recomeço.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: glaisem cnis “a mais prateada das peles”
Está ligada à cor branca, considerada a cor da pureza.

Luis
Sorveira-brava
Tradução: Chama/Erva
Significados: Prosperidade, visão e sustento.
Palavra Ogham de Con Culainn: lúth cethrae “sustento do gado”
O gado era um símbolo celta de prosperidade e alimento.

Fearn
Amieiro
Tradução: Amieiro
Significados: Proteção, guardar e isolamento.
Palavra Ogham de Con Culainn: dín cridi “proteção do coração”
A madeira de amieiro foi utilizada na confecção de escudos pelos celtas.

Sail
Salgueiro
Tradução: Salgueiro
Significados: Intuição, soberania e intoxicação.
Palavra Ogham de Con Culainn: tosach mela “princípio do mel”
O hidromel é uma das bebidas oferecida pela deusa da Soberania da terra. Árvore ligada à água.

Nion
Freixo
Tradução: Forquilha
Significados: Feminilidade, união e paz.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: bág ban “orgulho das mulheres”
Essa letra está associada ao ato de tecer, trabalho tradicionalmente atribuído às mulheres. A forquilha sustenta o tear.

hÚath
Espinheiro-alvar
Tradução: Horror/Medo
Significados: Obstáculo, medo e bloqueio.
Palavra Ogham de Con Culainn: ansam aidche “mais difícil à noite”
Seu nome originalmente significa terror ou medo.

Duir
Carvalho
Tradução: Carvalho
Significados: Força, estabilidade e habilidade.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: ardam dosae “árvore mais alta”
Considerada uma das mais altas árvores, símbolo de força.

Tinne
Azevinho
Tradução: Lingote
Significados: Criatividade, inteligência e tecnologia.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: smiur gúaile “tutano de carvão”
Originalmente seu nome significa lingote de ferro, relacionado ao trabalho do ferreiro, um dos mais nobres oficios celtas.

Coll
Aveleira
Tradução: Aveleira
Significados: Sabedoria, conhecimento e inspiração.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: caíniu fedaib “mais bela árvore”
Árvore tradicionalmente ligada ao mito do poço de Segais, fonte de conhecimento e sabedoria.

Quert
Macieira
Tradução: Farrapo/Arbusto
Significados: Perdas, incompreensão e esconderijo.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: clithar baiscill “abrigo de um louco”
Originalmente seu nome significa farrapo ou arbusto e denota pobreza. A palavra ogham refere-se ao esconderijo de um louco ou de uma corça. A corça era considerada uma mensageira do outro mundo e o louco era a pessoa inspirada pelos deuses, mas incompreendida pelos mortais.

Muin
Videira
Tradução: Amor/Pescoço
Significados: Comunicação, sacrifício e trabalho.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: tressam fedmae “mais forte no esforço”
Originalmente o nome dessa letra significa pescoço ou a parte posterior das costas, uma referência ao jugo que o boi deve suportar e também como o caminho pela qual a voz percorre, ou seja, o pescoço.

Gort
Hera
Tradução: Jardim/Campo
Significados: Crescimento, colheita e abundância.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: ined erc “bom lugar para vacas”
As vacas simbolizam fertilidade e abundância. O nome dessa letra significa campo ou jardim, outro símbolo de abundância.

nGétal
Junco
Tradução: Ferir/Perfurar
Significados: Saúde, regeneração e solução.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: étiud midach “vestes de médicos”
Seu nome significa ferir ou perfurar, talvez uma referência ao procedimento médico da sangria como tratamento de doenças.

Straif
Espinheiro-negro
Tradução: Enxofre
Significados: Mistério, magia e perigo.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: mórad rún “aumento dos segredos”
A origem da palavra significa enxofre e essa letra está ligada, talvez, aos segredos mágicos e alquímicos, segundo Erynn Rowan.

Ruis
Sabugueiro
Tradução: Vermelhidão
Significados: Raiva, vergonha e impulsividade.
Palavra Ogham de Con Culainn: bruth fergae “brilho da raiva”
Seu nome significa vermelhidão, a cor da raiva, da vergonha, do sexo e do sangue.

Ailm
Abeto ou Pinheiro
Tradução: Desconhecido/Talvez Gemido
Significados: Nascimento, gestação e iniciação.
Palavra Ogham de Maic ind Óc: tosach frecrai “início da resposta”
Representa o primeiro som que um bebê emite ao nascer, ou seja, Ah.

Onn
Tojo
Tradução: Freixo
Significados: Caminhos, mudança e viagem.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: congnaid ech “feridor de cavalos”
A palavra ogham refere-se ao chicote utilizado para açoitar cavalos, fazendo com que corram. No Tratado de Ogham essa letra está associada às rodas da carruagem.

Ur
Urze
Tradução: Terra/Solo/Argila
Significados: Morte, conclusão e o corpo físico.
Palavra Ogham de Con Culainn: forbbaid ambí “mortalha do sem vida”
Seu nome significa terra, argila ou solo e está relacionado à sepultura. Tem ligação também a tudo que cresce sobre a terra, como as plantas. 

Edad
Álamo-tremedor
Tradução: Desconhecido
Significados: Amizade, relacionamento e discernimento.
Palavra Ogham de Con Culainn: bráthair bethi “irmão da bétula”
Irmão da bétula” talvez seja uma referência à semelhança entre a bétula e o álamo ou ao cogumelo amanita muscaria que nasce nos troncos de bétula (segundo Erynn Rowan), denotando proximidade e intimidade.

Idad
Teixo
Tradução: Desconhecido/Talvez Teixo
Significados: Experiência, tradição e idade.
Palavra Ogham de Morainn mac Moín: sinem fedo “mais antiga das árvores”
A última letra ogâmica está relacionada à idade e velhice.

Osvaldo R Feres /|\